José de Lemos
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Silvadesigners
O «Riso» será o retrato lisboeta do país e do conformismo cívico dos últimos anos da ditadura. A sua interminável galeria de tipos humanos vale um ensaio antropológico e social, num diálogo magistral entre a linha e a mancha. Lemos raramente se atreve ao comentário da governança doméstica, mas o «Riso Amarelo» e as suas charges sobre política internacional são atentamente vigiadas pela Censura e, volta e meia, cortadas. Não se deixará entusiasmar pela Revolução dos Cravos e o «Riso» continuará a explorar as pequenas irritações e perplexidades do cidadão comum, com a bonomia de sempre. O autor é também o curador, redator e o designer deste livro de 240 páginas.
Desce a Calçada da Estrela e sobe a do Combro. Todos os dias. Da casa em Campo de Ourique para o Diário Popular, na Rua Luz Soriano, ao Bairro Alto. No jornal, acende o candeeiro, senta-se ao estirador, afia o lápis, limpa o aparo, inteira-se das notícias do dia. Por dezenas de anos, será esta a rotina de José de Lemos, um caso à parte na multidão de génios da ilustração portuguesa do século XX. O seu traço modernista, de altos contrastes, não terá mestre nem discípulos. A literatura para crianças e o vespertino Diário Popular marcarão a sua vida e obra. Lemos (Lisboa, 1910-1995) inicia-se na imprensa no satírico Sempre Fixe. Brilhará também n’O Papagaio, revista infantojuvenil católica, e no suplemento Acção Infantil, ensaio das futuras páginas dedicadas aos miúdos no Diário Popular.
Jorge Silva
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José de Lemos
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Gráfica Maiadouro
01/09/2022